quinta-feira, 4 de julho de 2013

Das muitas coisas que tenho

Por Clara Quintela

Coisas que eu faço (mas ninguém tem obrigação de fazer o mesmo).

 

* eu uso meu fio de "fora pra dentro". Não tenho a menor paciência de ficar catando a ponta no meio do novelo. Em alguns novelos, você acha fácil, mas, em outros, você desmonta a bola todinha e faz um gol contra você mesma. Nem arrisco. Pego a pontinha do lado de fora e boa.

 

* invés de blocar, eu passo a ferro. Coloco no 3 (no meu ferro, tem dizendo que essa é a temperatura para lã), com a peça ligeiramente úmida e termino de secar assim. Não tenho paciência para ficar esticando pontinhas com milhões de alfinetes quando se trata de algo grande demais.

 

* antes de secar, eu lavo a peça (à mão) e boto na máquina apenas para centrifugar. A peça vai enxuta para o varal e seca bem mais rápido.

 

* raramente uso fios single (apenas um cabo). São super lindos, mas frágeis. A menos que seja para peças que não sofrerão atrito e serão pouco lavadas é que ainda uso. Senão, opto por fios com várias perninhas. Quanto mais, mais redondinho. E quanto mais redondinho, melhor a definição do ponto.

 

* gosto de art yarns (de verdade; nada de acrílico chinês), mas fujo de fios bouclé, locks e fiapos.

 

* quando estou criando uma receita, tiro "noves fora" de todas as minhas contas pelo menos duas vezes. E ainda erro ¬¬

 

* quanto mais aprendo, mais desmancho as minhas peças.

 

* nunca coloquei uma carinha sorridente lá no Ravelry em nenhuma peça que tricotei. Sempre acho que podia ter ficado melhor.

 

* não aceito encomenda, mas se você elogiar o que estou vestindo, talvez ganhe a peça de presente ali, na hora. Já fiz isso algumas vezes, quanto tinha bode da peça.

 

[caption id="attachment_335" align="alignleft" width="225"]Receita de meia - novidade no Blog Da Fazenda. Meia Alligator, criada por Clara Quintela. - Crédito: Arquivo Pessoal[/caption]

* acho impossível fazer uma meia em ponto jérsei, por mais lindo que seja o fio. (muito chaaaaatooooo!!! ia dormir antes do calcanhar)

 

* me irrito com marcadores removíveis. Prefiro usar os fixos.

 

* minhas agulhas preferidas são as circulares de metal. Mesmo quando uso fio de seda. Mas sendo de duas pontas, prefiro bambu, com pelo menos 20 cm.

 

* a minha bolsa do Batman (mil e uma utilidades) ficou tão pesada que eu tive que fazer um "spin off" dela. Agora tenho também uma pochete de utilidade, porque a bolsa estava maior do que a minha mochila.

 

* dos luxos que me dou o direito, um deles foi uma tesourinha para bordado que comprei na Maison Tricotée (loja para qual trabalho aqui em Montreal e que inaugurará em setembro), feita a mão pelo Monsieur Rouleaux, um senhor que mora em Paris e por muitos anos fez tesouras exclusivas para a Maison Sajou. Minha tesourinha linda é peça que ficará de herança para algumx sobrinhx prendadx.

 

* 99% das vezes tenho apenas um projeto nas agulhas (ainda que a fila seja enorme). Mas estou me educando para ter pelo menos dois, um elaborado, para fazer sozinha em casa, e outro "social" para levar na bolsa quando vou encontrar as amigas. E só.

 

* quanto termino um projeto, me pergunto: "e agora? O que eu quero fazer?". Fecho os olhos e espero. A inspiração vem e faz a fila andar. Se não fizer aquele projeto, ele vai ficar igual alma penada puxando meu pé à noite. Simplesmente não tem como fazer outra coisa quando o inconsciente manda você usar tal fio, de tal cor, para usar nessa receita...

7 comentários:

  1. Me identifico com várias coisas. Mas trocaria o ponto jérsei por cordões de tricô. Esse, para mim, não desenvolve. Também não gosto de marcadores removíveis.
    Agora ter apenas um projeto na agulha é um batalha que ainda preciso vencer. :)

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  2. Que delícia!
    Adorei as particularidades! A tesourinha, fiquei imaginando a maravilha que deve ser... A minha é normalzinha, uma Solingen original, velhinha, acidentada (de algumas quedas que me doeram no coração!), mas meu xodó.

    Muito gentil e aconchegante o texto (se é que um texto pode ser aconchegante... A mim, aconchega a alma...)!
    ;)

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  3. Adorei ler o seu texto. Minha sacola está começando a pedir um "puxadinho": é muita frescurinha que tricoteira gosta de ter e que para nós é essencial.

    Não me incomodo com os marcadores, nem com o fio puxado de dentro ou de fora. Acho a ideia de passar a ferro uma facilidade, mas às vezes me rendo à perfeição da blocagem com os alfinetes.

    Estou me educando para não ter mais de 2 sacolinhas com projetos começados, senão um deles fatalmente será abandonado!

    São dilemas de seres tricoteiros, que tem necessidades, manias, enfim, somos um pacote completo! ;-)

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  4. Gostei, nem sempre uso o fio de dentro para fora. Tentar fazer isso com alguns fio é sinonimo de tortura,rs Quero ver sua tesoura nova. Pena que agora vc mora um tantinho longe, ia viver elogiando suas peças, rs

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  5. * Iris: ponto arroz, cordão de tricô, ponto jersey..... zzzzzzzzzzzzzz......

    * Camila: eu morro de dó de usar, acredita? Vou tirar uma foto dela depois e te mostro. Ela tem uma margarida encravada. A coisa mais linda :)

    * Ilza, amei o "puxadinho"! Vou adotar :)

    * Marcinha, prometo que levo um dia pra vc ver :)

    Bjos, meninas!

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  6. Também me identifiquei com várias coisas. Mas ainda não consigo ter só um ou dois projeto nas bolsas. Eu fico me dizendo que vou ter, como você, um simples pra levar pra rua e um mais complexo, pra ficar em casa, mas acabo tendo uns quatro ou cinco ao mesmo tempo.
    Sofro demais com ideias não concretizadas. Perdi o sono porque não colocava em prática uma peça em colorwork (que me interessou recentemente e me fez assistir trocentos vídeos para aprender).
    Meu luxo permitido são as minhas primeiras agulhas Addi que devem chegar em breve (nunca o tempo demorou tanto pra passar). São das mais simples, circulares fixas, mas eu AMO pontas finas e essas são perfeitas.

    Ah! Eu concordo com a Camila: seu texto é aconchegante. Por isso que eu acompanho todos os lugares onde sei que escreve. ;)

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  7. Achei que a carinha feliz do ravelry fosse para descrever a felicidade que você sentiu ao fazer a peça. Não ao resultado final da peça heheheehe. A maior parte das minhas carinhas é feliz e sorridente ao máximo

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