quinta-feira, 11 de julho de 2013

A oportunidade no casulo

Casulos da nobre seda que eram descartados se tornaram matéria-prima para um novo negócio

Texto: Iris Alessi

Na semana passada, contamos aqui a história de uma família que transformou lã em fio. Hoje, vamos mostrar o trabalho de outra família que encontrou oportunidade também nos fios.

 

[caption id="attachment_960" align="alignright" width="199"]Casulos de seda - Foto: Divulgação Casulos de seda - Foto: Divulgação[/caption]

O Casulo Feliz e toda a sua produção começou do olhar atento do Sr. Gustavo. Ele era professor de Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá e em visitas a extinta fiação de seda da Cocamar percebeu que recursos não estavam sendo aproveitados pela fiação e eram descartados. "A empresa veio dessa vontade e iniciativa de reaproveitar estes casulos de seda de segunda qualidade", conta Aluisio Zubioli Rocha, filho do Sr. Gustavo.

O pai de Aluisio já conhecia a fiação da lã e com esses conhecimentos e algumas adaptações de ideia surgiram os primeiros testes de fios que eram mais rústicos. O começo não foi fácil. Por quase dois anos a empresa trabalhou sem nenhuma venda. "E mais oito anos engatinhando em diversos aspectos". De acordo com Rocha, foi uma jornada muito difícil para se colocar no mercado no lugar onde almejavam. "O principal desafio foi treinar a mão de obra, para trabalhar com essa fibra, que precisa de técnicas especificas", revela Rocha.

[caption id="attachment_962" align="alignleft" width="300"]Tecelagem Foto: Divulgação[/caption]

Além do trabalho de reaproveitamento dos materiais nobres que eram descartados pela grande indústria, a empresa também teve como princípio ajudar a comunidade carente do bairro de Santa Felicidade em Maringá e ser ecologicamente correta. "Então a empresa virou referencia de emprego e renda de qualidade para os moradores e famílias da região".

"O mercado possui altos e baixos, e uma empresa de grande porte, irá emitir resíduos sempre. Já com empresas de pequeno porte é possível fazer aproveitamentos manuais com custo reduzido. O que é retalho para alguém sempre pode ser roupa para outros! O pensamento segue a mesma linha. Mas estamos falando de casulos de seda, a fibra mais nobre e bela da humanidade", comenta Rocha sobre o trabalho.

Para Rocha, a utilização de casulos que seriam jogados fora para a criação do Casulo Feliz é uma forma de sem pensar em empreendedorismo. "O aproveitamento de recursos abundantes é sempre uma forma inteligente de começar. Muitos empreendedores tem a ideia somente, mas não percebem se a ideia vai ser economicamente viável dentro da sociedade contemporânea. E este favor anula todo o esforço positivamente direcionado ao negocio", completa.

[caption id="attachment_964" align="alignright" width="159"]Bolsa em seda Foto: Divulgação[/caption]

Atualmente, segundo Rocha, o mercado da seda está muito positivo. "As safras estão crescendo, o produtor rural está tendo lucro, e o mercado grita por produtos de luxo sustentáveis", explica. O Casulo Feliz ainda utiliza os casulos rejeitados e também com casulos de primeira qualidade. Rocha explica que a produção é eficiente e flexível. Assim é possível utilizar os dois tipos de casulos.

"Nos últimos quatro anos estamos tendo muito orgulho dos resultados que O Casulo Feliz está alcançando. Ser referência em design, inovação e sustentabilidade é uma meta atingida pela nossa empresa. E isso nos deixa muito feliz", finaliza.

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