quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A Casa Tricotada

Por Clara Quintela

Quase três semanas sem coluna aqui no site, mas foi por uma boa causa.

Estamos correndo com os últimos preparativos para a inauguração da Maison Tricotée (www.lamaisontricotee.com), uma loja de fios + salão de chá + escola de tricô que abrirá aqui em Montreal, onde eu moro.

[caption id="attachment_1673" align="alignleft" width="300"]La Maison Tricotee - Foto: Divulgação La Maison Tricotée La Maison Tricotee - Foto: Divulgação La Maison Tricotée[/caption]

O espaço é o sonho antigo de Céline Barbeau, 38, francesa morando em Montreal já há uns 8 anos. Formada em literatura, contadora de histórias, depois de anos trabalhando como professora de tricô em lojas locais de dia e de cuidar dos preparativos para a sua própria loja à noite, finalmente o seu grande desejo se tornará efetivamente realidade a partir de 14 de setembro. E com o dela, por tabela, o meu também.

Quando vim morar aqui, já estava decidido que não trabalharia mais como jornalista (não formalmente dentro de uma redação, se você me entende). Pela dificuldade da língua e cultura, mas não só isso. Já estava de “saco cheio” mesmo. Mas fiquei angustiada porque jornalismo foi ao que me dediquei nos últimos 16 anos e não saberia fazer nada além disso.

Foi aí que meu marido perguntou um dia:

- O que você realmente gosta de fazer?

- A única coisa que eu realmente gosto de fazer é tricotar.

- Pois vá ser tricoteira.

Falando assim parece extremamente fácil, mas como é que se ganha a vida sendo tricoteira?

Aí eu experimentei de tudo um pouco: vender receitas no Ravelry, tingir e vender fios - e logo depois fiar também - dar aulas... Só não fui atrás de vender peças prontas porque realmente não tenho saco para isso.

[caption id="attachment_1674" align="alignright" width="300"]Cartão - Foto: Clara Quintela Cartão - Foto: Clara Quintela[/caption]

No meio do caminho, conheci a Céline. E duas semanas depois de eu dizer que ia enviar meu currículo para ela (nem pensava em ser professora, eu disse. Se for como vendedora só já está muito bom), ela me convidou para assumir os cursos ao seu lado na loja. Saí pulando de alegria naquele dia frio de dezembro de 2012.

E agora estamos na reta final, a lixar, pintar, varrer, aspirar, lavar, arrumar, preparar cada micro detalhe da loja, que está ficando, modéstia às favas, LIIIIINNNNDAAAA!!!

2 comentários:

  1. De minha parte, Clara, só posso dizer: há que se ter coragem para mudar e assumir a vida nova. Com garra, com gosto, com vida e brilho nos olhos. Se não for assim, não vale a pena. Sucesso!

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  2. Obrigada, Ilza :)
    Eu tive sorte, isso sim.

    Bjos

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